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O gosto amargo da laranja
A desclassificação contra a Holanda me deixou com sentimentos contraditórios. Aqui bate um coração verde e amarelo, mas o "fator-Dunga" me fez criar uma antipatia por essa seleção. O Brasil acabou levando para maior evento esportivo do mundo, um grupo de pastores evangélicos amordaçados em regime militar. Nada contra, mas futebol é uma coisa completamente diferente.
Bola é alegria, molecagem. De que adiantou trancafiar uma turma de perebas? Nada. Os caras pareciam guerreiros em campo de batalha. Acabaram confundindo raça com brutalidade. Esqueceram do futebol bailarino. Em certo momento nosso treinador olhou pro banco e não viu reservas. Por que não chamou os melhores?
Ronaldinho Gaúcho é maloqueiro? É. Neymar está deslumbrado? Está. Ganso é muito novo? Sim. Levar os três seria garantia de título? Não. Mas o que é melhor: perder jogando bem ou perder jogando mal? Eu prefiro ganhar, mas se é pra perder, vamos fazer isso encantando o mundo, dando espetáculo.
Mas não quero mais saber de seleção. Futebol pra mim é Flamengo e acabou. Nem gol do Brasil sei comemorar. Sempre fico meio constrangido. Não sei porquê. Também não me interesso em saber quem será o novo técnico. O próximo Dunga virá com as mesmas manias e chiliques. Arrogância parece ser pré-requisito.
Pra mim a solução seria criar um índice técnico dos jogadores brasileiros. Nem precisa inventar muito, basta ampliar a "Bola de Prata" da revista Placar. Todo mês eles publicam um ranking dos melhores jogadores em atividade no país. Por que não fazer isso levando em conta o mundo inteiro? Mensalmente saberíamos o nome dos 23 selecionáveis. E o melhor: sem babaquice, sem panelinhas, sem sofá.
Nesse formato, o técnico seria mera formalidade, assim como o capitão. Sei que sonhar com meritocracia numa entidade como a CBF é utopia. Só voltei ao tema porque recebi um e-mail do meu amigo Luis, a qual transcrevo abaixo.
Bola é alegria, molecagem. De que adiantou trancafiar uma turma de perebas? Nada. Os caras pareciam guerreiros em campo de batalha. Acabaram confundindo raça com brutalidade. Esqueceram do futebol bailarino. Em certo momento nosso treinador olhou pro banco e não viu reservas. Por que não chamou os melhores?
Ronaldinho Gaúcho é maloqueiro? É. Neymar está deslumbrado? Está. Ganso é muito novo? Sim. Levar os três seria garantia de título? Não. Mas o que é melhor: perder jogando bem ou perder jogando mal? Eu prefiro ganhar, mas se é pra perder, vamos fazer isso encantando o mundo, dando espetáculo.
Mas não quero mais saber de seleção. Futebol pra mim é Flamengo e acabou. Nem gol do Brasil sei comemorar. Sempre fico meio constrangido. Não sei porquê. Também não me interesso em saber quem será o novo técnico. O próximo Dunga virá com as mesmas manias e chiliques. Arrogância parece ser pré-requisito.
Pra mim a solução seria criar um índice técnico dos jogadores brasileiros. Nem precisa inventar muito, basta ampliar a "Bola de Prata" da revista Placar. Todo mês eles publicam um ranking dos melhores jogadores em atividade no país. Por que não fazer isso levando em conta o mundo inteiro? Mensalmente saberíamos o nome dos 23 selecionáveis. E o melhor: sem babaquice, sem panelinhas, sem sofá.
Nesse formato, o técnico seria mera formalidade, assim como o capitão. Sei que sonhar com meritocracia numa entidade como a CBF é utopia. Só voltei ao tema porque recebi um e-mail do meu amigo Luis, a qual transcrevo abaixo.
Missão: Samba, mas com uma parada no Big Ben
por Luis Almeida
E a Copa do Mundo chega ao final... Porém, independente de qualquer resultado, o mundo é quem saiu ganhando. Foram quase quatro semanas de um torneio emocionante. Figurinhas favoritas tombaram, jogos se tornaram imprevisíveis e torcedores esperançosos. Quase todo dia tinha um Golias tombando como nas histórias bíblicas.
A África do Sul também saiu vitoriosa, não sua seleção, mas o país. Muitos duvidavam que o relegado continente conseguiria realizar o mundial. Pois conseguiu! Fez história! Elevou o padrão de qualidade! E agora é nossa vez. Realizaremos tal feito? Iremos superar esse mundial? Que medo! Mas acredito em nossa superação, final, somos um país de grandes espetáculos.
A parte chata é ir embora antes do final da festa. Caímos nas quartas, igual a 2006. Felicidade só a Argentina vazando um dia depois. Mesmo assim é triste constatar que não tivemos o futebol alegre e moleque do passado. Isso ficou para as outras seleções, pois no mundo não existem mais amadores. Boa parte do mundo tem seleção capaz de ser campeã.
Agora estamos assombrados por erros do passado. Fantasmas voam como sombras na sede da CBF. Todo mundo está de olho no planejamento para 2014. Espero que alguns erros não aconteçam mais, como, por exemplo, relegar torneios intermediários, como as Olimpíadas. Acho ser possível um planejamento de tempos curtos, longos ou infinitos. Tudo é possível. O que não pode é criar uma casca de marfim em torno da seleção.
Um novo técnico irá surgir até o final do mês. Com ele um novo ciclo de trabalho se abre. Naturalmente, com a próxima copa sendo no Brasil, a pressão será enorme. A começar por nossa ausência das eliminatórias. Sobe o sinal amarelo. Corremos o risco desenvolver um trabalho estressante e cheio de oscilações. Mas como a meta é a copa, tudo será perdoado.
Acredito que a meta não deveria ser Brasil 2014 e sim Londres 2012, com amistosos e outros campeonatos servindo como ajustes. Depois disso pararíamos e analisaríamos os resultados. Daí sairiam conclusões, melhoras, mudanças, ajustes. Só não posso prever o que acontecerá até 2012. A única garantia é um ótimo benchmarking.
Depois o foco passaria a ser 2014, com a seleção fora das eliminatórias só restariam amistosos contra times do mundo. Só espero que não sejam escolhidos times como a Tanzânia. Nem pensar no papel social do futebol. O esporte já serve a esse princípio. A seleção brasileira é do mundo, mas antes dele do Brasil. Dessa forma, amistosos contra times de clubes fortes e entrosados são possibilidades. Na vitória se tem uma grande lição, mas é na derrota que se aprende.
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