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Resenha | O Guia do Mochileiro das Galáxias
Alguns livros não podem deixar de ser lidos. O Guia do Mochileiro das Galáxias é um exemplo. Publicado no final da década de 70, Douglas Adams conseguiu empregar um texto moderno, crítico e muito divertido. Recomendo a resenha do meu amigo Luis, disponível no Granja do Solar.
Achei incríveis algumas sacadas tecnológicas do autor, em especial a PHG (Personalidade Humana Genuína). Máquinas com inteligência e senso de humor humanóides. Destaque para o computador da cabine de controle da espaçonave Coração de Ouro e as portas que cumprimentam quem passa.
Fato normal para uma ficção científica, mas também podemos entender o livro como um grande alegoria política e intelectual. O presidente do Governo Imperial Galático, por exemplo, é descrito como uma figura imoral, cuidadosamente escolhida para causar polêmica e desviar a atenção do povo.
Porém, O Guia do Mochileiro das Galáxias é sobretudo divertido. O texto parece ter sido melindrosamente esculpido para debochar de nossos vícios de linguagem e comunicação. Até mesmo a inteligência humana foi rebaixada ao terceiro posto na Terra, ficando atrás dos ratos e golfinhos.
Exagero? Pois o livro vai além, tratando com indiferença a destruição da Terra, que acontece logo no início da história. Dizimada num piscar de olhos, o fato não passa de pano de fundo da aventura. Aliás, a definição do verbete "Terra" na Grande Enciclopédia Galáctica é apenas "praticamente inofenciva". E só.
O final já é o oposto, com predominância do pensamento geocentrista. A Terra teria sido cuidadosamente planejada para descobrir a "questão fundamental" sobre a vida, o universo e tudo mais. Que em resumo seria uma simples pergunta cuja resposta seja 42. Confuso né?
Eu particularmente me senti igualzinho à Alice no País das Maravilhas. O humor nonsense do Douglas Adams é idêntico ao de Lewis Carroll. Não por acaso O Guia do Mochileiro das Galáxias é tão celebrado. E o grande símbolo dessa legião de fãs é a toalha no pescoço. Eu já não saio de casa sem uma. Afinal, nunca se sabe quando a aventura vai começar!
P.S.: Eu ia comentar que o livro daria um belo filme. Nem lembrava que esse filme existe, foi lançado em 2005 pela Disney. Inclusive na época eu assisti e detestei. Agora quero assistir novamente, dessa vez com olhos de mochileiro!
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Fato normal para uma ficção científica, mas também podemos entender o livro como um grande alegoria política e intelectual. O presidente do Governo Imperial Galático, por exemplo, é descrito como uma figura imoral, cuidadosamente escolhida para causar polêmica e desviar a atenção do povo.
Porém, O Guia do Mochileiro das Galáxias é sobretudo divertido. O texto parece ter sido melindrosamente esculpido para debochar de nossos vícios de linguagem e comunicação. Até mesmo a inteligência humana foi rebaixada ao terceiro posto na Terra, ficando atrás dos ratos e golfinhos.
Exagero? Pois o livro vai além, tratando com indiferença a destruição da Terra, que acontece logo no início da história. Dizimada num piscar de olhos, o fato não passa de pano de fundo da aventura. Aliás, a definição do verbete "Terra" na Grande Enciclopédia Galáctica é apenas "praticamente inofenciva". E só.
O final já é o oposto, com predominância do pensamento geocentrista. A Terra teria sido cuidadosamente planejada para descobrir a "questão fundamental" sobre a vida, o universo e tudo mais. Que em resumo seria uma simples pergunta cuja resposta seja 42. Confuso né?
Eu particularmente me senti igualzinho à Alice no País das Maravilhas. O humor nonsense do Douglas Adams é idêntico ao de Lewis Carroll. Não por acaso O Guia do Mochileiro das Galáxias é tão celebrado. E o grande símbolo dessa legião de fãs é a toalha no pescoço. Eu já não saio de casa sem uma. Afinal, nunca se sabe quando a aventura vai começar!
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Assisti ao filme. Achei divertido, embora continue achando tudo muito confuso. O ator principal é o mesmo que fará Bilbo Bolseiro, em "O Hobbit".