0 Entrevista com George Lucas publicada em 1977

George LucasStar Wars é um dos filmes mais criativos, divertidos e bem sucedidos de todos os tempos. Mas em 1977, ano de lançamento do filme original, a coisa não era bem assim. Descubra agora os bastidores desse grande sucesso segundo as palavras do seu próprio criador: George Lucas, então cineasta promissor de 33 anos. Vale muito a pena se ater aos detalhes, como a revelação do final de "A Vingança dos Sith", filme que viria a fazer 28 anos após a entrevista. O material faz parte de uma entrevista concedida logo após a estreia nos EUA e republicado pela revista Rolling Stone (Ed. 8 / Mai-2007).

Então, você resolveu fazer Guerra nas Estrelas?
Eu era muito fã de Flash Gordon e esse tipo de coisa, um defensor ferrenho da exploração do espaço sideral, e pensei: "Isto aqui é alguma coisa, é natural". Vai
fornecer às crianças uma vida de fantasia e talvez transforme alguém em um pequeno [Albert] Einstein. Realmente precisamos colonizar a próxima galáxia, escapar dos fatos crus de 2001 [o filme] e abordar o lado romântico da coisa. Ninguém vai colonizar Marte por causa da tecnologia, vão para lá porque pensam que podem ser capazes... Bom, é o aspecto romântico que precisa ser examinado durante um segundo. Todo mundo já tinha olhado para o fim nu e cru da coisa.

Você deixa isso bem claro no início de Guerra nas Estrelas com as palavras: "Há muito tempo, em uma galáxia muito distante..."
Bom, tinha medo de que os aficionados por ficção científica dissessem coisas como: "Não tem som no espaço". Simplesmente quis esquecer a ciência, ela se basta por si só. Stanley Kubrick fez o filme máximo da ficção científica, e vai ser muito difícil para qualquer pessoa fazer um melhor. Queria uma fantasia espacial mais ao gênero de Edgar Rice Burroughs [escritor norte-americano]; toda aquela outra ponta de fantasia que existia antes de a ciência se sobrepujar, nos anos 50. Uma vez que a bomba atômica chegou, todo mundo se interessou por monstros e pela ciência e com o que aconteceria com isso e com aquilo. Acho que a ficção especulativa é muito válida, mas se esqueceram dos contos de fada e dos dragões e de Tolkien...

Por que Darth Vader respira com tanta dificuldade?
Queria fazer isso e atrelar ao diálogo. Ben também teve muito trabalho com isso, ele fez uns 18 tipos diferentes de respiração, com equipamento de mergulho e tubos, tentando encontrar o que tivesse o tipo certo de som mecânico. Depois teve que decidir que seria totalmente rítmico e parecido com um pulmão artificial. É essa a idéia, era uma parte toda do enredo que foi, essencialmente, cortada. Pode ser que apareça em uma das seqüências.

Qual é a história?
É a respeito de Obi-Wan e do pai de Luke e de Darth Vader quando eram jovens cavaleiros Jedi. Darth Vader mata o pai de Luke, então Obi-Wan e Darth têm uma briga, do mesmo jeito que acontece em Guerra nas Estrelas. Obi-Wan quase mata Darth Vader, que cai dentro da boca de um vulcão, é fritado e fica deformado - é por isso que precisa usar uma roupa especial com a máscara que é para respirar. A máscara é como se fosse um pulmão mecânico ambulante. O rosto dele é todo horrível por dentro. Eu ia filmar um close-up do rosto de Vader, mas resolvemos não mostrar porque isso destruiria a mística da coisa toda.

Você tem acordos com os personagens principais?
Tenho. Com todos os atores, menos Alec Guinness. Pode ser que usemos a voz dele como A Força, não sei. Uma das seqüências em que estamos pensando é sobre a juventude de Obi-Wan Kenobi. Provavelmente todos os atores seriam outros.

A entrevista completa você encontra no site da revista Rolling Stone.

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