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A guerra civil (não declarada) do pré-sal
O músico Leoni (autor de clássicos do Kid Abelha), por exemplo, me bloqueou no Twitter quando eu disse que o pré-sal é do Brasil e não do Rio. Ele defende a permanência do dinheiro no Rio. A grana seria apenas uma recompensa pelo prejuízo à natureza da região. Os caras destroem a Mata Atlântica e agora vem falar de natureza...
Mas o que realmente importa é a opinião dos políticos. Há alguns dias o governador Sérgio Cabral (PMDB) organizou no Rio de Janeiro uma passeata com 150 mil pessoas. Entre elas estava José Serra (PSDB), meu então candidato a presidente. Sim, achei que 2010 era o ano dele. Não aprovo o continuísmo do PT, acho que a alternância faz bem pra democracia. Serra seria um excelente nome.
Mas ao vê-lo defendendo os interesses exclusivos de São Paulo, acordei. O sujeito está brigando para ficar com 25% das reservas. O resto do Brasil que se foda! Imagina um sujeito desse com a verba federal em mãos... Claro que perdeu meu voto. Agora pretendo ir de Ciro Gomes.
Mas isso não vem ao caso. Só acho que a divisão do petróleo não teria a menor polêmica se as reservas estivessem fora do eixo Rio-SP. E aí é que mora o perigo: a mídia, políticos importantes, mega empresários, artistas famosos, todo mundo mora por lá. Para completar, os estados do nordeste estão passivos, inertes ao perigo da emenda não ser aprovada.
É preciso o povo acordar, gritar, opinar, discutir, reclamar. Os sudestinos já estão brigando. Por aqui nem todos estão dormindo. O Toni Rodrigues é um. Ele escreveu o texto "Como o Piauí pode influenciar na questão do pré-sal", cobrando atitude dos políticos piauienses, principalmente do governador Wellington Dias (PT).
O Piauí e o Nordeste deveriam se manifestar porque o estado e a região podem ganhar muito dinheiro. Para que se tenha ideia, somente a cidade de Teresina receberia nada menos que R$ 170 milhões a mais todos os anos.
Os governadores dos estados mais ricos da Federação contam com apoio de praticamente toda a mídia e da maioria das instituições públicas e privadas, sendo que até mesmo o presidente do STF, Gilmar Mendes, fez manifestação contra a "emenda Ibsen".
Na Assembleia do Piauí, discute-se até a preferência do governador do estado por bebida alcoólica mas não se fala quase nada sobre a polêmica e importante questão.
O Rio de Janeiro luta para perpetuar desigualdades. Sozinho, quer abocanhar R$ 17 bilhões dos royalties da produção de petróleo na camada pré-sal. O Piauí, por sua vez, receberia apenas R$ 160 milhões. Portanto, apenas 1% do que receberá o Rio de Janeiro e 8% do que receberá o município de Campos.
A falta de articulação de autoridades piauienses, sobretudo do governador, em torno da medida demonstra, grosso modo, que o Piauí estaria abrindo mão de uma oportunidade concreta de desenvolvimento futuro.
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